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Aula 24: Harmonia no Tom Menor | Parte 2


Entendendo as Três Escalas Menores

Bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de Harmonia! Até agora, exploramos o Tom Maior e suas relações harmônicas. Neste episódio, vamos entender as relações do Tom Menor e as escalas que o compõem. Vamos abordar as três escalas menores mais importantes: a escala menor natural, a escala menor harmônica e a escala menor melódica.

A História das Escalas Menores

Antes de nos aprofundarmos nas escalas menores, é importante entender o contexto histórico por trás delas. Nos primórdios da música ocidental, a música era modal, e existiam sete modos gregos: Jônio, Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólio e Lócrio. Com o passar dos séculos, os modos foram sendo gradualmente abandonados. Por volta do século XIV, os compositores começaram a usar principalmente dois desses modos: o modo Jônio (maior) e o modo Eólio (menor).

O modo Jônio possui uma terça maior, tornando-se o equivalente da escala maior. Já o modo Eólio tem uma terça menor, tornando-se o equivalente da escala menor natural. Essas duas escalas passaram a ser a base para a harmonia tonal que conhecemos hoje.

A Escala Menor Natural

A primeira escala menor que devemos conhecer é a escala menor natural, que nasce a partir do sexto grau da escala maior. Vamos usar como exemplo a escala de Dó Maior, que possui as notas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó.

Se começarmos a escala de Dó Maior a partir do , temos a escala de Lá Menor Natural: Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá. Essa escala tem a mesma fórmula intervalar da escala maior, mas a sonoridade é diferente, pois, apesar de compartilharem as mesmas notas, a ênfase melódica da Lá Menor é distinta.

A Fórmula da Escala Menor Natural

A fórmula intervalar da escala menor natural é a seguinte: Tom, Semitom, Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom. Essa fórmula pode ser aplicada a qualquer tônica para gerar uma escala menor natural.

O Campo Harmônico da Escala Menor Natural

Os acordes da escala menor natural seguem o mesmo princípio da escala maior, mas, devido às notas em graus diferentes, os acordes gerados têm uma sonoridade distinta. O campo harmônico de Dó Maior e de Lá Menor Natural é composto pelas mesmas notas, mas os acordes do campo harmônico da Lá Menor aparecem em graus diferentes.

O problema de estabilidade surge porque, no campo harmônico de Lá Menor Natural, não existe um acorde dominante no quinto grau, o que gera uma falta de tensão harmônica para resolver em Lá Menor.

A Escala Menor Harmônica

Para resolver a instabilidade da escala menor natural, os teóricos da época decidiram elevar o sétimo grau da escala em um semitom, transformando a nota Sol em Sol sustenido. Isso cria uma nova escala, a escala menor harmônica, com a fórmula intervalar: Tom, Semitom, Tom, Tom, Semitom, Tom e meio, Semitom.

A Escala Menor Melódica

Para resolver o novo problema, surgiu a escala menor melódica, que eleva o para Fá sustenido, criando uma sonoridade mais suave e facilitando as melodias. A fórmula intervalar dessa escala é: Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom, Tom, Semitom.

Resumo das Escalas Menores

  • Escala Menor Natural: Caracteriza-se pela falta de estabilidade no campo harmônico, sem um acorde dominante no quinto grau. Fórmula: Tom, Semitom, Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom.
  • Escala Menor Harmônica: Resolvia a instabilidade da escala menor natural, mas criou o problema do intervalo difícil entre Fá e Sol sustenido. Fórmula: Tom, Semitom, Tom, Tom, Semitom, Tom e meio, Semitom.
  • Escala Menor Melódica: Resolvia o problema da segunda aumentada e facilitava as melodias cantadas. Fórmula: Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom, Tom, Semitom.

Na próxima aula, vamos aprender a aplicar essas três escalas dentro da harmonia funcional. Espero que esta aula tenha sido útil para você!